sábado, 16 de junho de 2012

Mil graças...


Mil graças, meu Senhor, por Tu me teres criado
Por teu amor, nasci, e vim sob teus cuidados.
Senhor, tu me livraste de uns tão nefandos laços
E, enfim, cheguei aqui, com o meu tão tímido passo.

A graça da existência é um dom de vosso amor
É pura gratuidade que Tu dás porque és bom.
Ninguém mereceu tal, pois o mérito não há
Num ser, antes de ser, e o ser és Tu Quem dás.

Oh Deus, quem saberá ser-vos grato o suficiente?
E eu: que posso dar que não seja ruim e doente?
Me dotaste, oh Sumo Bem, de uma alma imortal
Eu, porém, somente sei vos pagar com tanto mal.

Tu vieste, ainda, a Mim e subiste no Madeiro
As minhas tolas desculpas, Tu rasgaste com teu peito
E, de novo, tu me deste, sem eu nunca merecer
Uma tão pujante vida, a preço do teu sofrer.

Eis-me, pois, aqui, Senhor, com as minhas mãos vazias
Nu, sujo e sem graça, portando somente a vida
Culpado de tantos crimes, ingrato com vossa dor
Mas ouso seguir teus passos, constrangido em tanto amor.

Neste dia, nada tenho a vos dar ou a pedir
Quero, só, erguer os olhos; ver que o céu não é aqui.
Não faz mal que o meu sorriso seja, por ora, adiado
E mil graças, meu Senhor, por Tu teres me criado.

2 comentários:

Magna disse...

Amém!
Linda poesia.
Parabéns!

Fábio Graa disse...

Obrigado, Magna.

Abraço.