terça-feira, 5 de julho de 2011

Ignorância como máscara e desculpa


Uma das maiores hipocrisias que já vi consiste em utilizar a própria ignorância e indiferença como sinal de sinceridade e justeza de caráter. Mas é justamente o contrário. Há sujeitos que denunciam a "vaidade de ter certezas", a inadimissível pretensão de defender uma moral absoluta e que, não obstante, sob as aparências de tolerância e humildade, tentam dar a impressão de serem mais esclarecidos, no fundo. Vê-se isso quando estes sujeitos demonstram crer absolutamente nas próprias interpretações a respeito dos homens e do mundo.

Este tipo de filosofia de meia tigela geralmente surge depois de um processo meio demorado de mediocridade moral e do que alguns filósofos chamam "escotoma" que consiste num orgulho pessoal que prefere não aderir a nada, ainda que algo seja totalmente digno de crédito, a fim de satisfazer o próprio orgulho que certamente sofreria se se admitisse que a razão está do outro lado.

Coisa mais nauseante é ver os lamentos desses uns, e notar o prazer que sentem por baixo das próprias exteriorizações de aparente pesar, rs. Se se queixam de não saber, poderiam se convencer a estudar seriamente o objeto de sua ignorância ao invés de desacreditar gratuita e desonestamente, atitude que serve somente de estratégia para manutenção do próprio orgulho e como pretexto para continuar com a indiferença nada corajosa.

"Imparcialidade é um nome pomposo para indiferença, que é um nome elegante para ignorância" Chesterton.

"Ai daqueles que às trevas chamam luz, e à luz, chamam trevas". (Is 5,20)

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