quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um sujeito no escuro

 
O escuro é a ausência de luz. Há duas formas de manter-se na escuridão. Uma é de caráter involuntário, isto é, quando o impedimento da luz se dá por motivos alheios à vontade de quem lá está. A outra, de caráter voluntário, acontece quando, ou a pessoa pôs-se positivamente em ambiente escuro, ou porque, podendo de lá sair, não o quis.

Dessa forma, o escuro pode ser considerado, ora como refúgio e escondimento, ora como impedimento para a iluminação. Mas pode também ser um misto entre ambos. Neste último caso, a realidade da luz, extrapolando a captação imediata dos sentidos, assume uma dupla possibilidade: que corresponda ao que dela se deseja ou que corresponda a realidade diversa. Daí que, enquanto impedimento para a realização do que se espera, é também proteção contra a decepção. É um meio termo que, a depender da pessoa e do caráter da escuridão – se voluntário ou involuntário - poderá ser estendido ou não. Se o sujeito tende a ser predominantemente defensivo, quererá ficar no escuro. Se, porém, é predominantemente ofensivo, isto é, se prefere arriscar, tenderá a, na medida de quanto possa, expor-se à luz.

Uma outra coisa a se considerar é que a iluminação poderá ser gradativa, isto é, dar-se aos poucos, à medida que o sujeito toma certas atitudes. Pode não estar sob seu arbítrio iluminar de vez todos os aspectos do ambiente. Mas, pode depender dele incidir pequenos fachos de luz que, conjuntamente, revelarão as nuances da situação. Aqui, as atitudes defensiva e ofensiva vão-se combinando, ora prevalecendo uma, ora outra, à medida que a revelação parcial vá ou não correspondendo ao desejo do indivíduo.

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Quem quiser guardar a sua vida, vai perdê-la. Quem a tiver em pouca conta, vai ganhá-la. Fiat Lux!

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