sexta-feira, 13 de novembro de 2009

As pedras também são...


Ontem à noite, estive conversando com um colega formado em música e, em dado momento, citei o ingênuo Descartes, como lhe chama o incômodo pensador francês Léon Bloy, e a sua fórmula do Cogito. Apenas perguntei se ele conhecia a célebre falácia "penso, logo sou" e, imediatamente, ele me retrucou que tal assertiva caíra em desuso, pois uma pedra, embora não pense, é.

Bem.. Embora tal resposta, dada pelo meu colega músico, seja tão óbvia, fiquei imensamente feliz ao ver que ele, ainda que não adentrado nestes campos filosóficos e religiosos (até onde eu sei), constatou com uma grande naturalidade a fragilidade desta falsa afirmação. Outros, até pela inventada autoridade deste pensador, facilmente diriam que isto está certo, mas meu colega soube olhar direito.  Porém, embora assim fosse, não sei se ele percebia a relação entre este erro do "pai da filosofia moderna" e a ditadura de achismos a que assistimos nos dias de hoje, mesmo nas universidades onde, ironicamente, a verdade, por vezes, nem é considerada.

Quis alongar a conversa neste assunto; fiquei faminto por isto, mas tínhamos outras obrigações a fazer. Precisávamos selecionar algumas músicas para um projeto num futuro bem próximo. Mas, enfim, algo tão simples me fez sorrir... Que Deus abençoe este meu colega e o traga, de vez, ao abrigo da verdade.

Fábio.

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