quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Primavera chegou!


Eis que chega a primavera, e com ela, nova luz, nova cor, novo calor.. a beleza produzida no inverno e, de certa forma, latente no outono, se mostra de forma pura e santa. Ah, que ordem admirável de coisas!

A primavera vem após o outono; a alegria vem depois do parto; o dia vem depois da noite; a vida vem depois da morte...

Ah, nestes tempos em que as sombras se recolhem, em que o frio dá lugar aos cálidos raios do sol, também o meu coração se ergue, e voa... e a primavera é como que prelúdio e abertura da maior doçura: o nascimento do Senhor que celebraremos daqui a pouco. Sim, a primavera é o pé desta adorável montanha que iniciamos a subir...

Que amor, Senhor, em tudo o que fazes! E que cegueira a de não podermos enxegar teus gracejos, teus carinhos, teus desenhos... como gostas do verde, do azul, do amarelo... Será isto que significa voltar a ser criança? Tudo destila amor, meu Deus... tudo! Compreendo, Senhor... na nossa sede de juntar admiradores, e de construir nós mesmos a imagem da qual nos revestimos, nos ocultamos de vossa brisa suave sob a capa impermeável de nossas pretensões e soberba.

Concede-me, Senhor, nesta primavera, despir-me de mim mesmo e, nu, sob a chuva terna de vosso amor, sob o raios do vosso coração, contemplar o arco-íris de vossa ternura infinita. Quero retirar os véus e esses pesos que, por vezes, trago comigo... Quero, suave, cantar tuas misericórdias.... Quero conhecer a liberdade dos filhos, aos quais é dado o Espírito Santo... celebrarei teus amores, oh Amor meu e, quando do Teu nascimento, quero estar, eu também, pobre e nu, contemplando a tua adorável pobreza e nudez.

Fábio Luciano.

Nenhum comentário: